vendredi 26 août 2011

Jovens norte-americanos formados

pela Escola Latinoamericana de Medicina (ELAM)

Cuba ensina a viver em comunidade


Patricia Cáceres
JR

Ver jovens estadounidenses decidirem estudar em um país subdesenvolvido é algo incomum. E o fato de que o façam gratuitamente em uma nação cujo sistema social Washington tenta derrotar por todos os meios ao seu alcançe, incluindo um brutal bloqueio econômico, comercial e financeiro, é motivo mais que suficiente para despertar o assombro.

Esse é o caso de 40 jovens norteamericanos, muitos deles provenientes de bairros humildes, os quais se formaram recentemente como Médicos Generalistas Básicos na Escola Latinoamericana de Medicina (ELAM)

Esta importante instituição docente, fundada por Fidel em 1998, tem como missão fundamental formar especialistas que disponham de elevado conhecimento científico, ético e humanista, e que sejam capazes de atuar de acordo com as necessidades mais urgentes de seus países.

Até a presente data são egressos de suas salas de aula quase 10.000 jovens da América Latina, Caribe, Estados Unidos, África, Ásia e Oceania.

No caso dos alunos estadounidenses, a seleção se realiza através do movimento Pastores pela Paz, o qual, mediante a Fundação Interreligiosa para a Organização Comunitária (IFCO), apresenta a convocação e analisa as inscrições.

É que em um país do Primeiro Mundo como os Estados Unidos, a admissão para os estudos de medicina só é possível para menos da metade dos jovens norteamericanos que desejam tal carreira, e para menos de três por cento dos imigrantes.

Os gastos correspondentes aos anos de formação supõem um custo em torno de 200.000 dólares, o que representa uma dívida bancária de até duas décadas para as familias com poucos recursos.



Kereese Goyle. Foto, Roberto Roiz



Médico do povo.



Kereese Gayle, do estado da Georgia, chegou há seis anos a Cuba, impulsionada pelo desejo de estudar e ver a Medicina a partir de um ponto de vista diferente.


"Esta profissão nos Estados Unidos é muito comercializada e enfocada nas tecnologias. Queria aprender como diagnosticar e tratar uma pessoa com minhas mãos, meus ouvidos, meus olhos, com um sentido mais humanizado.


"Ao mesmo tempo fui uma oportunidade para assimilar o idioma Espanhol, porque nos EUA há muitos latinos que necessitam receber uma atenção personalizada, mais confortável, em sua própria língua."


Para Kereese, da mesma forma que para seus colegas estadounidenses, os anos de estudo, embora inesquecíveis, não foram simples. O mais difícil - disse - é estar longe da familia, e as vezes com dificuldades de comunicação. "Antes de viver na Georgia, morávamos em Nova Orleans, e meu primeiro ano aqui coincidiu com o furacão Katrina. Fui um período muito frustrante para mim, porque minha familia estava lá e durante muito tempo não soube de seu paradeiro.


"De qualquer maneira, voltaria a escolher Cuba, porque além de receber aulas de qualidade, meus amigos cubanos me ensinaram muito sobre solidariedade, irmandade, e aprendi realmente a viver em comunidade."


Quando voltar aos Estados Unidos, Kereese planeja trabalhar em alguma região do sul, onde a demanda por médicos é maior.
"Queria dedicar meus conhecimentos aos mais necessitados, em um país onde a saúde ainda não é o primeiro direito dos cidadãos, onde milhões de pessoas carecem deste serviço".



Ajudar os esquecidos


Outra das formandas, Thana Parker, originária do sul da Califórnia, agradece infinitamente ao Governo cubano por lhe abrir as portas. "Se não houvesse existido a ELAM, jamais poderia ser doutora, porque no meu país é muito caro e eu não conseguiria".


Ainda que não tenha podido estar ao lado de sua mãe quando esta faleceu há pouco mais de um ano, Thana confessa sentir-se feliz. "Ela pode me ver praticando um pouco em minha carreira; pude senti-la orgulhosa de mim como profissional, o que não ocorreria se estivesse na Califórnia".
De acordo com a jovem, Cuba tem sabido compensar o vazio irreparável de não contar mais com sua mãe, e a tem reconfortado com amor, amizade, uma nova família, um lar. "Aqui não me sinto de visita, mas como se estivesse em casa",
Quanto retornar a seu país, espera poder trabalhar em uma clínica ou consultório atendendo pacientes gratuitamente ou a preços reduzidos.


De carvão a diamente

A aventura de viajar a outra nação para ingressar em uma carreira de nível superior representou para Malik Massac renunciar às comodidades de uma fazenda, trabalho bem remunerado e uma noiva; condição nada ruim para um emigrado da ilha de Santo Tomás, que uma vez foi em busca do "sonho americano".

"Porém apesar dessas facilidades, no fundo eu sempre havia desejado algo mais importante: ser doutor. Naquele momento estava começando a estudar para as provas nos EUA, porém estava consciente de que isso implicaria em grandes gastos e dívidas.".
E ao averiguar sobre a qualidade da educação em Cuba, a excelência de sua medicina e os objetivos solidários da ELAM, foi muito fácil decidir.
"Os médicos cubanos estão fazendo tanto em todo o mundo, e com tão pouco, que para mim é impressionante. Sinto muito respeito pelas pessoas que se sacrificam pelos humildes, e queria fazer parte de tudo isso.
"Necessitava adquirir valores e vivência de uma realidade tão contrastante com a dos Estados Unidos, onde não apenas os pobres, mas também muitas pessoas com trabalho não podem pagar pela medicina, porque não tem dinheiro para manter-se e muito menos para cuidar-se".
Depois de seis anos de árduos estudos, Malik crê haver logrado seu desejo. Outro dia - recordou - à saída da policlínica meus sapatos quebraram, começou uma chuva infernal, eu não tinha guarda-chuva e tive que esperar cerca de 45 minutos debaixo de uma árvore, porém ainda assim estava contente.
"É que Cuba me fez amadurecer como pessoa; me fez apagar de mim qualquer superficialidade ou puro interesse material; me fez apreciar mais as coisas pequenas, a vida mesmo. Sinto que mudei para melhor, como uma uva que tem vários anos para transformar-se em vinho, ou o carbono para ser diamante".


Fonte: http://www.juventudrebelde.cu/cuba/2011-08-22/cuba-ensena-a-vivir-en-comunidad/








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