Flores de sonhos na hora de um sol insone nessa sexta-feira. A palavra é flor em honra às silenciosas mãos que cuidaram e nos acompanharam no tempo de infâncias e adolescências. As Margaridas dissipam, acalmam as tristezas e os cansaços. As horas passam em câmara lenta como símbolo de memória necessária em eterna homenagem às mãos bordadeiras de vida e amor de nossos avós.
A cor da cultura na hora da educação. Entrega de duas obras realizadas pelos alunos do ensino fundamental de Muqui. Com a participação da Secretária de Saúde, Edna.
No dia 21 de novembro, no distrito de Rosal, tivemos a honra de assistir a eventos relacionados com o dia nacional da consciência negra.
Um programa diverso e variado confeccionado pelos próprios cidadãos que ali vivem. Poderia mencionar em especial as senhoras dona Ana e dona Zeni. Pensei: que ótimo lugar para aprender mais de como esse dia é percebido por parte do povo.
Em Rosal, se celebrou uma missa solene na igreja do lugar, estando presente, entre outros, a prefeita Branca Motta.
“Zumbi” significa a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão e a resistência ante a injustiça das explorações econômicas da escravidão colonial.
A luta contra a escravidão possui resposta comum tanto no Brasil quanto na ilha de Cuba. Se o espaço desta resistência foi denominado pelos portugueses “quilombos”, em Cuba os colonos o denominaram “palenque”.
Se uma figura como “Zumbi” fosse viver desta justa resistência no Caribe Hispano, mencionaria uma mulher que animou e modernizou com sabedoria essa luta: “Carlota”. Mulheres e homens sobreviveram do genocídio do tráfico de escravos em direção às Américas.
Na sala da Escola Municipal havia uma exposição alusiva ao tema. Pela disposição e conteúdo no espaço, tal pareceria que era uma proposta autêntica na expressão de “Instalação” própria para ser apresentada na atual bienal de arte de São Paulo.
Apreciando esse dia nacional da consciência negra, me animo a pensar que no devir dos tempos futuros este dia significará uma jornada da consciência cidadã e, porque não, estar ativo como cidadão nos 365 dias de um ano contra a intolerância, o preconceito e a ignorância que destroem a condição humana. Tenho fé em um Brasil múltiplo e diverso de respostas positivas aos direitos humanos, que é um direito de todos.
Ainda sinto o cheiro da espuma do mar que me fizeram atravessar Da noite, não posso recordar. Nem o mesmo oceano poderei recordar Porém não esqueço o primeiro pelicano que observei. Altas, as nuvens, como inocentes testemunhas presentes. É que não me esqueci de minha costa perdida nem de minha língua ancestral. Me deixaram aqui e aqui tenho vivido. E porque trabalhei como um burro, aqui tornei a nascer. A quantas epopéias mandinga tentei recorrer. [...] Trabalhei muito mais. Fundei meu melhor canto milenar e minha esperança.Aqui construí meu mundo.