lundi 22 avril 2013

REPARE BEM. Documentário



mostra resistência de três gerações de mulheres à ditadura

Documentário produzido por cineasta portuguesa Maria de Medeiros mostra a luta feminina durante o período militar










Tratou-se de postar as câmaras diante de Denise Crispim e de sua filha, Eduarda Ditta Crispim Leite, e de receber com enorme emoção os seus extraordinários testemunhos.


Foi em Roma e foi em Joure, no norte da Holanda. Bem longe do Brasil.
E no entanto, as suas palavras, que falam de exílio e de memória, levam-nos a um mergulho profundo na história do Brasil, dos anos 70 até à atualidade.



Denise Crispim já nasce clandestina em 1949. Seus pais, extremamente politizados, toda a vida lutaram por uma sociedade mais justa e são por isso perseguidos por sucessivas ditaduras.
Aos 20 anos, Denise conhece o jovem guerrilheiro Eduardo Leite, famoso por sua valentia e audácia, “Bacuri”, e com ele entra numa militância mais arriscada. Denise está grávida de seis meses quando cai nas mãos do aparelho repressivo. Seu irmão Joelson acaba de ser assassinado aos 22 anos pela polícia, sua mãe, Encarnación, está presa.
Pouco antes do nascimento da pequena Eduarda num hospital militar, rodeada de polícias, Eduardo Leite, seu pai, é também preso, torturado barbaramente durante 109 dias e assassinado.
Com a sua bebé recém nascida nos braços, Denise consegue asilo político na embaixada chilena e de lá viaja para Santiago, onde reencontra seus pais, ambos exilados nesse momento. Mas aí também, a família é de novo apanhada por um golpe de Estado militar, o de Augusto Pinochet. Cada um se refugia como pode em diversas embaixadas e Denise e Eduarda acabam por fugir para a Itália.
Denise, sobrepondo-se a muito sofrimento, reconstrói sua vida em Roma onde Eduarda cresce como uma jovem italiana. Hoje, ambas foram anistiadas pela Comissão de Anistia e Reparação no Brasil. Eduarda, mãe de duas meninas e residente na Holanda, recebe o valor simbólico desta “Reparação” como o dom de uma nova vida.
O relato de suas vidas convida-nos a uma reflexão sobre os movimentos ideológicos e a luta pela justiça entre a “Velha Europa” e as Américas.



















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