vendredi 20 avril 2012

Eu me recordo de José Antonio APONTE. Cuba-1812






Eu me recordo de José Antonio APONTE . Cuba-1812

Eu me recordo de meu pai.Eu me recordo de Reina e Belascoain.Eu me recordo de meu avô MAMBI.Eu me recordo… gordos gongos surdos…Eu me recordo de Nicolás GUILLEN.Eu me recordo…de barcos, de negros !Eu me recordo de 1912.Eu me recordo de 1812Eu me recordo de Clemente Chacón, Salvador Ternero, Juan Bautista Lisundia, Estanislao Agublán, Juan Barbier, Salvador Esteban Tomás e Joaquín Santa Cruz.Eu me recordo de um homem bom chamado APONTE.



Neste comentário permitam-me dizer-lhes que recordo as palavras de meus velhos colegas, que não foram somente histórias contadas.Deles tenho uma presença que se reflete como um exemplo:A presença de um grande respeito para consigo mesmo e para com os demais.Meus colegas são pessoas simples e humildes, que se destacam mais pela sabedoria de escutar que de falar.Sempre me dizem ao ouvido:- ” Quando você dá sua palavra, é o primeiro ! cuidado com isso .”

Assim tenho que citar este pensamento evocando aquele início de rebeldia conspiradora em favor da emancipação de 1812.Quanto valor teve a inteligência nesse momento para coordenar, para persuadir, para convencer, para fazer valer que a dignidade e a liberdade das mulheres e dos homens fosse o principal.Que também era necessário e indispensável dar fim à escravidão, à colonização, ao tráfico de escravos. Alcançados estes objetivos, a via de alcançar a independência seria mais próxima

Vale bem recordar que este movimento se desenvolveu em condições realmente difíceis e complexas, com pessoas de diferentes procedências culturais da África : Mandigas, Yorubas, Congos, Minas, muitos deles escravos em pequenas ou médias plantações localizadas em territórios muito extensos.Assim se somaram a eles afrodescendentes crioullos em condição de ” livres”. Quanta ousadia conspirativa, bem como federativa, com a irmandade com pessoas da Jamaica, São Domingo e Haïti.

Para mim esse ato foi como um ato fundador da solidariedade entre Africanos e Afrodescendentes no Caribe.

Estes primeiros patriotas sabiam também que a correlação demográfica estava a seu favor e as probabilidades reais de êxitos eram mais possível.Acontece que as forças coloniais e os setores econômicos escravistas temiam a revolta, o que deu um sentido de alerta total.Ao saber da conspiração e quem eram seus instigantes, atuaram de forma expeditiva, detendo, julgando e executando imediatamente de forma bárbara e desumana a : Apunte, Clemente Chacón, Salvador Ternero, Juan Bautista Lisiando, Estanislao Agublán, Juan Barbier, Salvador Esteban Tomás e Joaquín Santa Cruz.

Talvez tenham pensado que com esse ato de terror, de exibir as cabeças destes herois, as mulheres e homens acalmariam, segundo ideias tirânicas, os ânimos dos afrodescendentes. Pois ocorreu justamente o contrário: os montes e as periferias das cidades na ilha continuaram sendo espaço de resistência de muitos cimarrones.

Mais tarde, em outro momento de luta pela liberdade essas forças valentes e generosas aportariam sua experiência no sentido de levantar a nação cubana.

Recordo em meu tempo de estudos escolares quando o professor na aula de geografía e história nos mostrava as páginas que ilustravam a Carlos Manuel de Céspedes no ato de convocação para dar a liberdade ao pequeno número de escravos que faziam parte de sua plantação-trapiche.

Tinha em minha mente as conversações familiares dessa história anterior a 1868, a conspiração abolicionista de Aponte.

Por último, não é por mero acaso do calendário, nem por coincidências fortuitas, que um século depois do assassinato de Aponte e seus companheiros, que no mês de agosto de 1912, com a instauração de uma pseudo-republica pró-yanqui, com uma oligarquia crioulla e racista, deu-se início a uma repressão feroz contra afrodescendentes patriotas independentistas que demandavam em clamor legítimo aquilo que bem lhes pertencia nessa terra cubana de todos, onde se vive a história.














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