lundi 11 février 2013

O conceito de liberdade.






















Ilha que foi e é encruzilhada, onde a não finalidade se converteu em seu inverso, e o provisório se converteu em destino; terra de ingravidez histórica, em que sopra constantemente o encontro dos ventos, impulsionados pela borrasca ou pela calma do mar interminável; lugar onde sempre se escuta o canto das sereias que nos convoca a ser o que não somos, os cubanos persistiremos nessa identidade que nos faz incólumes a todas as influências.


Os EUA, impondo pragmaticamente os valores de seu modo de vida, seu way of life, necessitam desconstruir em parte o que tocam; desenvolvem sempre uma simplificação que os impede de ir mais além do externo, do aparente. Só conseguem se apropriar das coisas esquematizando-as, caricaturizando-as, despojando-as de sua essência e de seu dramatismo. Essa é sua maneira de globalizar.


Quanto mais próximo se encontra o cubano de uma influência devastadora, mais fortemente resiste a deixar-se dominar por ela. Aí opera essa ingravidez, essa volubilidade de um país regido pelos ventos, pelo incessante ir e vir das ondas do mar, sempre capaz de escapar a tudo que tenta transformá-lo, por ter uma alma inalcançável, que nem ele próprio conhece em sua plenitude.


Talvez opere nele essa oscilação entre o pertencimento e a desorientação, na qual Vattimo via o conceito de liberdade.


*Tomado del libro Por el camino de la mar o Nosotros los cubanos, de Guillermo Rodríguez Rivera. Colección Raíces, Ediciones Boloña.La Habana  2005.













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